segunda-feira, 15 de abril de 2024

Charles Chaplin - Hollywood Boulevard - Parte 2

Chaplin era um trabalhador compulsivo. Também era muito centralizador. Em determinado momento da carreira ele chegou na conclusão de que não iria precisar de mais ninguém, apenas de um elenco coadjuvante para aparecer ao seu lado nos filmes. Assim Chaplin começou a dirigir, roteirizar e até mesmo a compor as trilhas sonoras de seus filmes. Fazia praticamente tudo no set de filmagem.

Mesmo quando estava em férias Chaplin não parava de pensar em cinema. Ele estava sempre com uma agenda à mão onde fazia anotações, esboços para os roteiros de suas comédias. Chaplin sabia que o cotidiano era um ótimo lugar para arranjar ideias. Assim quando estava na praia, em férias, e viu ao longe um navio cheio de imigrantes decidiu que iria escrever um roteiro onde Carlitos era também um imigrante chegando na América, passando por apuros no navio de passageiros.

Ele também passou a se dedicar à música. Chaplin queria ser um artista completo e em sua opinião jamais chegaria a esse nível de perfeição se não se tornasse também um compositor. Em poucos anos se tornou bastante talentoso, compondo inclusive algumas canções que se tornaram obras primas como a bela "Smile". Ser diretor, roteirista e compositor não eram apenas as qualidades de Chaplin no cinema. Ele também era cenógrafo, criando os cenários de seus filmes, figurinista, pensando em cada roupa de cada coadjuvante e extra de seus filmes e obviamente também produtor pois ele produzia muitas vezes com seu próprio dinheiro os filmes em que atuava.

Com o controle todo em suas mãos Chaplin também conseguiu formar seu próprio estúdio de cinema. Ao lado de outros atores e atrizes ele fundou a United Artists (Artistas Unidos), um estúdio onde os artistas seriam os donos, os seus próprios patrões. A ideia deu muito certo e em pouco tempo o estúdio começou a colecionar prêmios e sucessos de bilheteria. Alguns anos depois Chaplin decidiu que era hora de transformar a empresa em uma Sociedade Anônima. A venda de ações nos anos 60 o deixaria imensamente rico, milionário. Pois é, além de grande artista Chaplin sabia ser também um capitalista muito bem sucedido. 

Pablo Aluísio. 

3 comentários: